O dia a dia de um profissional de Enfermagem consiste no contato com diversos tipos de pacientes e sintomas, desde os mais leves até os mais graves.
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Diante disso, para que o enfermeiro proponha intervenções corretas em seu atendimento, é fundamental que ele seja organizado e trabalhe de acordo com o instrumento metodológico de sua profissão, chamado de Processos de Enfermagem (PE).
O Processo de Enfermagem é uma metodologia utilizada por enfermeiros para planejar e fornecer cuidados individualizados aos pacientes. Consiste em cinco etapas: avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação.
Quer entender melhor o que são e quais etapas compreendem os Processos de Enfermagem? Confira as informações neste artigo!
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O que é o processo de enfermagem?
O Processo de Enfermagem nada mais é do que um método constituído de etapas interdependentes e complementares que, quando realizadas de forma cronológica, garantem a efetividade da assistência de um enfermeiro.
Em outras palavras, trata-se do principal modelo metodológico para a prática da Enfermagem, baseado no aprimoramento da gestão dos cuidados e aperfeiçoamento da percepção do profissional em relação ao paciente.
De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a aplicação do Processo de Enfermagem pode ser feita em ambientes como instituições de saúde, escolas e domicílios.
Cada pessoa demanda cuidados e procedimentos específicos e, portanto, exige uma atenção personalizada baseado em processos seguros e com embasamento teórico-científico.
Para além de nortear a prática clínica, o método também fortalece a identidade profissional da categoria, uma vez que consolida a autonomia do enfermeiro na tomada de decisões e na elaboração dos diagnósticos e intervenções. Ele ainda contribui para o registro sistemático das ações realizadas, o que favorece a comunicação entre equipes multiprofissionais e possibilita o monitoramento de resultados.
Quando surgiu o processo de Enfermagem?
O Processo de Enfermagem surgiu nos Estados Unidos, entre as décadas de 1950 e 1960, como uma resposta à necessidade de sistematizar o cuidado de enfermagem e consolidar a profissão como uma prática científica e autônoma.
Inicialmente, foi influenciado pelos estudos de enfermeiras teóricas como Lydia Hall, Ida Jean Orlando e Wanda Horta – esta última, responsável por introduzir o conceito no Brasil.
No contexto brasileiro, o Processo de Enfermagem foi oficialmente incorporado à prática profissional a partir da década de 1970 e ganhou força com as discussões sobre o papel do enfermeiro no Sistema Único de Saúde (SUS), com a regulamentação da profissão.
A aplicação do método foi normatizada por resoluções do Conselho Federal de Enfermagem, sendo a mais recente a Resolução nº 736/2024, que atualiza as diretrizes sobre a Sistematização da Assistência e reforça o PE como instrumento essencial para a qualidade do cuidado.
Confira as principais mudanças da Resolução do Cofen:
- Valorização da autonomia do enfermeiro e do julgamento clínico;
- Ênfase na prática baseada em evidências;
- Reconhecimento da integralidade do cuidado;
- Flexibilidade na aplicação conforme o contexto;
- Fortalecimento dos registros e da responsabilidade técnica;
- Esclarecimento sobre a relação entre o Processo de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de Enfermagem.
Para que servem os processos de enfermagem?
Os Processos de Enfermagem servem para estabelecer uma linha de raciocínio entre a avaliação do paciente e as intervenções que devem ser executadas. Ou seja, esse método é fundamental para aperfeiçoar a gestão do cuidado e aprimorar as percepções dos enfermeiros em relação às condições do indivíduo.
É muito importante que os profissionais sejam organizados e trabalhem de acordo com os Processos de Enfermagem, para assegurar a efetividade das medidas implementadas e a segurança nas condutas, além de colaborar com a minimização de custos desnecessários.
Entre as finalidades do Processo de Enfermagem, destacam-se:
- Qualificar o cuidado prestado: o PE permite uma abordagem sistemática, que considera aspectos físicos, emocionais, sociais e culturais da pessoa em situação de cuidado, respeitando sua singularidade e promovendo a integralidade da assistência;
- Fortalecer a autonomia e a responsabilidade profissional do enfermeiro: com base no PE, o enfermeiro realiza julgamentos clínicos próprios da profissão, formula diagnósticos de enfermagem e propõe intervenções fundamentadas em evidências científicas e nas necessidades da pessoa cuidada;
- Favorecer a segurança do paciente e a continuidade do cuidado: o registro sistemático das etapas do processo contribui para a rastreabilidade das ações de enfermagem, para a redução de falhas e promoção da articulação entre os profissionais da equipe de saúde;
- Apoiar a tomada de decisão e o raciocínio clínico: ao estruturar o cuidado de forma lógica, o PE amplia a capacidade do enfermeiro de avaliar riscos, priorizar intervenções e acompanhar os resultados obtidos, para a eficácia das ações;
- Assegurar o cumprimento legal e ético do exercício profissional: conforme a Resolução 736/2024, a aplicação do Processo de Enfermagem é uma atribuição privativa do enfermeiro e está diretamente ligada ao exercício ético, responsável e comprometido com a qualidade do cuidado;
- Estabelecer parâmetros para a gestão e a educação em enfermagem: os dados gerados pelo PE subsidiam processos de auditoria, planejamento institucional e formação profissional, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de saúde.

Etapas do processo de enfermagem
De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), o Processo de Enfermagem é organizado em 5 etapas: a coleta de dados, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento de cuidados, a implementação das intervenções de enfermagem e a avaliação dos resultados.
As etapas, como mencionado anteriormente, são conectadas e dependem umas das outras. Entenda cada uma delas a seguir.
Coleta de dados
A coleta de dados, também conhecida como investigação, é a etapa na qual o enfermeiro se certifica das condições de saúde do paciente.
Através da apuração de informações e da avaliação do resultado de exames, o profissional é capaz de definir os principais pontos de investigação de seu trabalho, além de registrar toda informação necessária para prevenir, detectar e/ou controlar problemas de saúde do indivíduo.
A coleta de dados pode ser realizada de forma subjetiva, através da anamnese, ou de forma objetiva, através do exame físico. A anamnese é uma espécie de “entrevista” feita pelo profissional de saúde, na qual o paciente é submetido a uma série de perguntas sobre o seu histórico familiar e sintomas.
Já o exame físico consiste na análise dos aspectos fisiológicos do paciente e é dividido entre as fases de inspeção, palpação, percussão e ausculta.
É importante salientar que a etapa da investigação deve ser feita de forma contínua, e não apenas no primeiro atendimento.
Diagnóstico de enfermagem
Depois de coletar os dados subjetivos e objetivos do paciente, a segunda etapa é chamada de diagnóstico de enfermagem.
Nessa fase, o profissional de Enfermagem analisa e interpreta os dados coletados e estabelece quais tipos de intervenções serão necessárias em um primeiro momento. Essas intervenções devem ser coordenadas por ordem de prioridade.
Planejamento de cuidados
Após realizar o diagnóstico de Enfermagem, o profissional irá planejar sua intervenção, bem como resultados esperados, baseado no estabelecimento de prioridades.
A etapa de planejamento, portanto, consiste na definição do plano de ação para a recuperação do paciente, englobando as intervenções a serem realizadas, medicamentos recomendados e exames necessários.
Para planejar o cuidado da Enfermagem, é preciso de um diagnóstico adequado e uma investigação bem feita.
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Implementação das intervenções de enfermagem
A etapa da implementação das intervenções de enfermagem é aquela em que o profissional da área coloca em prática tudo aquilo que ele planejou. Ou seja, é a execução do plano terapêutico que inclui a administração de medicamentos prescritos, o cálculo de gotejamento, a realização de curativos especiais, a alteração na taxa de oxigenação, entre outras atividades.
O sucesso na etapa da implementação resulta do esforço de uma equipe multidisciplinar composta por diversos profissionais da área da saúde, incluindo o auxiliar e o técnico de enfermagem.
Avaliação dos resultados
Por fim, a quinta e última etapa do Processo de Enfermagem é a avaliação dos resultados, na qual avalia-se novamente o paciente.
A avaliação precisa responder a algumas questões importantes, como: o tratamento foi efetivo e gerou os resultados esperados? Os indicadores do paciente tiveram mudanças? O diagnóstico inicial foi acertado? Há algum outro problema apresentado?
Esta etapa compara as informações e identifica possíveis falhas, com o intuito do profissional rever suas práticas e aplicar outros tipos de intervenção. A avaliação é, portanto, cíclica e comparativa.
Como estudar para ter domínio de todas as etapas?
Para se qualificar adequadamente e ter domínio de todas as etapas do Processo de Enfermagem, a dica é investir em uma excelente formação acadêmica. Ao cursar uma graduação, o enfermeiro se torna apto para atuar no mercado de trabalho.
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Instrumentos utilizados no processo de enfermagem
Desde o primeiro semestre do curso de Enfermagem, o estudante aprende a utilizar os principais instrumentos de trabalho e a lidar com os equipamentos que irão fazer parte do seu próprio cotidiano.
Se você pretende estudar e atuar nesta importante profissão, veja abaixo quais são os principais instrumentos utilizados.
- Aparelho medidor de pressão: serve para detectar casos de hipertensão ou hipotensão. Existem aparelhos digitais e manuais.
- Termômetro clínico: qualquer alteração na temperatura corporal do paciente precisa ser avaliada. Os termômetros digitais facilitam a medição, mas é importante que sejam de boa qualidade e confiáveis.
- Oxímetro: o oxímetro é o instrumento que serve para medir a oxigenação do sangue. Normalmente, ele tem o formato de um clipe e é colocado nas extremidades do corpo (dedos das mãos, por exemplo) para verificar se o oxigênio está sendo bem transportado.
- Estetoscópio: avalia a região do pulmão e as batidas do coração para garantir o bom funcionamento dos órgãos.
- Garrote: esse dispositivo serve para prender a circulação do sangue em determinada região do corpo, quando houver a necessidade de conter uma possível hemorragia.
- Tesoura sem ponta: serve para fazer curativos e lidar com outras tarefas comuns. As pontas arredondadas ajudam a proteger a pele do paciente.
Tecnologia e processo de enfermagem
Além dos instrumentos físicos utilizados no Processo de Enfermagem, também existem soluções tecnológicas que são utilizadas no dia a dia de um enfermeiro. Por meio de ferramentas tecnológicas, é possível facilitar e agilizar os processos, além de melhorar o atendimento.
A principal finalidade da tecnologia é impulsionar a produtividade, otimizar processos e aprimorar as rotinas clínicas hospitalares, aumentando a qualidade dos atendimentos prestados aos pacientes.
Tecnologia aplicada ao processo de enfermagem
É função dos profissionais da área conhecer os Processos de Enfermagem e quais são as tecnologias disponíveis para garantir o melhor nível possível de cuidado às pessoas atendidas. Entre elas, estão:
- Prontuários eletrônicos;
- Teleconsultas;
- Digitalização de exames;
- Agendamento online de consultas;
- Softwares de gerenciamento;
- Impressora 3D.
Processo de Enfermagem na telemedicina
O Processo de Enfermagem também pode ser aplicado em ambientes virtuais, como nos atendimentos por telemedicina ou telessaúde, desde que sejam respeitados os princípios éticos, técnicos e legais da profissão.
Segundo o Cofen e as diretrizes da Resolução nº 696/2022, o enfermeiro é autorizado a realizar consultas, orientações e acompanhamentos de forma remota, utilizando o Processo de Enfermagem como base metodológica.
Nessa modalidade, todas as etapas do PE — coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação — devem ser documentadas e adaptadas ao meio digital, com uso de plataformas seguras, garantindo a privacidade, o sigilo e a qualidade do cuidado.
A telemedicina amplia o acesso à assistência de enfermagem, especialmente em regiões remotas ou em situações que exigem distanciamento, sem comprometer a efetividade clínica nem a responsabilidade profissional.
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